NEUROCOVID

Covid-19 não respeita fronteiras. Essa afirmação pode ser exemplificada por dados que demonstram a ampla capacidade de disseminação do SARS-CoV-2 pelo globo, como os apresentados pela Johns Hopkins University. Justamente por afetar a todos, a noção de cooperação tem se mostrado tão necessária para o enfrentamento à pandemia, como no esforço conjunto pela busca de tratamentos e pelo desenvolvimento de vacinas contra a doença.

Outro exemplo da aplicação do trabalho colaborativo é a iniciativa do CoroNerve Group que investiga as características neurológicas da Covid-19 no Reino Unido por meio de uma rede de portais destinados à notificação de casos e voltada a especialistas e entidades das áreas de neurologia e psiquiatria. Os dados são coletados de forma a garantir o anonimato dos pacientes e incluem informações demográficas, geográficas e sobre a natureza da síndrome clínica.

Os resultados das três primeiras semanas de coleta foram publicados no mês de junho na revista The Lancet.

Leia também: Covid-19: características clínicas e resultados em pacientes com esclerose múltipla

Sintomas neurológicos e neuropsiquiátricos da Covid-19

Os casos de Covid-19 foram classificados como definidos, prováveis ou possíveis:

  • Casos definidos: PCR positivo em amostra do trato respiratório ou líquor, ou teste sorológico para SARS-CoV-2 com IgM ou IgG postivos;
  • Casos prováveis: radiografia ou tomografia de tórax consistentes com Covid-19, mas com PCR e sorologia negativos ou não realizados;
  • Casos possíveis: suspeita clínica, mas com PCR, sorologia e imagem torácica negativos ou não realizados.

As síndromes clínicas reportadas foram classificadas como evento cerebrovascular, alteração do estado mental, neurologia periférica e outros. Para cada uma dessas classes foram estabelecidos critérios pré-definidos, bem como a possibilidade de atribuir mais de uma classe a um mesmo paciente:

  1. Evento cerebrovascular: acidente vascular cerebral isquêmico, hemorragia intracerebral, hemorragia subaracnoide, trombose de seio venoso, vasculite cerebral.
  2. Alteração do estado mental: encefalopatia, encefalite, convulsões, síndromes neuropsiquiátricas (psicose, síndrome neurocognitiva semelhante à demência, alterações de personalidade, catatonia, ansiedade, depressão, síndrome de fadiga crônica e estresse pós traumático);
  3. Neurologia periférica: síndrome de Guillain Barré, síndrome de Miller Fisher, neuritebraquial, miastenia gravis, neuropatia periférica, miopatia, miosite, neuromiopatia do doente crítico;
  4. Outros: para aqueles não correspondentes às classes anteriores.

Também foram tomadas medidas direcionadas a assegurar a veracidade dos dados informados, bem como possibilitar o seguimento longitudinal dos casos e permitir seu cruzamento com outras bases de dados.

Veja mais: Neuropatia do olfatório cursando com anosmia associada à infecção pela Covid-19

Observações gerais

  • A distribuição temporal dos registros acompanhou a periodicidade dos casos de Covid-19 registrados pelas agências oficiais de saúde do Reino Unido;
  • Das 153 notificações foram analisados 125 registros (as comunicações incompletas forma excluídas);
    Entre as 153 notificações recebidas 82% foram feitas por hospitais secundários;
  • Das 150 notificações com informação sobre a especialidade do notificante, 41% foram feitas por especialistas em acidente vascular cerebral, 26% por neurologistas, 15% por psiquiatras ou neuropsiquiatras, 23% por emergencistas ou outros especialistas, e 1% por clínicos gerais.

Sobre os 125 casos analisados:

  • Idade média: 71 anos;
  • Sexo: entre os 117 pacientes em que essa informação estava disponível 72,8% eram homens;
  • Diagnóstico de Covid-19: 114 confirmados, seis prováveis e quatro possíveis;

Síndromes neurológicas:

  • Foram identificados 77 casos de evento cerebrovascular, sendo mais frequente o acidente vascular cerebral isquêmico (57);
  • Foram apontados 39 casos de alteração do estado mental, sendo mais frequente as alterações neuropsiquiátricas (23) e entre essas, a psicose foi a mais frequente (10);
  • Foram notados seis (6) casos de comprometimento periférico, sendo mais frequente a síndrome de Guillain-Barré e suas variantes (4);
  • Forma descritos três (3) casos classificados como outros.

Mais da autora: Cefaleia e Covid-19: Qual a relação?

Conclusões

A interpretação dos resultados apresentados deve considerar a possível interferência de certos fatores, destacados pelos próprios autores: a unidade de origem dos casos (o que se relaciona a sua gravidade) e a predisposição dos médicos em fazer os registros (o que pode se relacionar ao tipo de síndrome clinica observada).

O trabalho alerta para as possíveis complicações neurológicas em pacientes diagnosticados com Covid-19; como também para o diagnóstico da infecção em pacientes com síndromes neurológicas e psiquiátricas agudas. Nesse contexto, os autores destacam a necessidade da colaboração interdisciplinar nas questões referentes à doença.

Por fim, convido o leito a conhecer duas iniciativas brasileiras relacionadas aos aspectos neurológicos da Covid-19. A primeira foi desenvolvida pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e consiste em um banco de dados que, assim como no caso inglês, também busca investigar manifestações neurológicas, disponível aqui. A segunda é uma publicação elaborada pela Universidade de São Paulo (USP) acerca do papel do neurologista no atendimento a pacientes com Covid-19.
Cristiane Borges Patroclo

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Saiba mais sobre o câncer de cérebro – perguntas e respostas

 08/10/2018 Blog

Câncer de cérebro não é uma doença frequente. Corresponde a aproximadamente 2% dos cânceres. No entanto, pode ser potencialmente grave, já que atinge um órgão fundamental no controle das funções essenciais do corpo. O Grupo SOnHe convidou o neurocirurgião Victor Vasconcelos, para dar alguns esclarecimentos sobre o câncer de cérebro. A entrevista segue abaixo.

O que é câncer de cérebro?

Os tumores cerebrais podem surgir das células do próprio sistema nervoso, sendo – nesses casos – considerados tumores primários. Podem advir também de tumores preexistentes em outros órgãos do corpo, quando são secundários ou metástases cerebrais, e podem ser diferenciados entre benignos ou malignos. No primeiro caso, são lesões que têm o crescimento lento, podem causar sintomas com evolução gradual e, frequentemente, podem ser acompanhados por exames de imagem periódicos ou tratados com cirurgia. Já o crescimento dos tumores malignos é mais acelerado, tendem a causar mais sintomas e geralmente demandam de tratamento cirúrgico associado às demais modalidades de tratamentos complementares, como quimioterapia e radioterapia.

Quais são os fatores de risco do câncer no cérebro?

São fatores de risco comprovados: exposição à radiação, quadros de diminuição da imunidade, como em paciente portadores de Aids ou em uso de medicações que diminuem as defesas do corpo e algumas doenças genéticas raras, como neurofibromatose e Síndrome de Li-Fraumeni. Pacientes com câncer em outras partes do corpo têm maior chance de apresentar tumor metastático no cérebro, em especial em casos de câncer de pulmão, de mama, melanoma e de rim. O uso de aparelho celular vem sendo bastante estudado como fator de risco para surgimento de tumores, entretanto sua associação ainda não está comprovada.

Quais são os sintomas ou sinais de alerta?

Os sintomas do câncer cerebral são muito variados, já que diversas áreas cerebrais com funções diferentes podem ser acometidas. Geralmente, os sintomas podem decorrer da compressão ou da invasão que o tumor causa sobre as estruturas cerebrais ou de distúrbios hormonais causados pela lesão, como nos tumores da glândula hipófise. A dor de cabeça é o sintoma mais comum, surgindo entre 33% a 71% dos doentes. No entanto, nem todo quadro de cefaleia é sugestiva de tumor cerebral; se for um sintoma diário e persistente ao longo de dias, com intensidade crescente e mais comum à noite ou ao acordar, é sinal de alerta. E deve ser investigada especialmente quando é acompanhada de demais sinais e sintomas como como vômitos recorrentes, crises epilépticas, sonolência excessiva, confusão mental, deficiência gradual da movimentação ou da sensibilidade de alguma parte do corpo e dificuldades de fala e da visão.

Como é feito o diagnóstico? Há meios de prevenção ou rastreio?

Atualmente não existe comprovação de benefício de exames preventivos de rotina, como recomendados no câncer de mama, próstata ou de intestino. Os tumores geralmente são diagnosticados em pacientes com sintomas neurológicos persistentes, sem causa aparente ao realizarem avaliação neurológica específica ou em pacientes sem sintomas neurológicos que investigam outras queixas. Estudos radiológicos, preferencialmente ressonância de crânio com contraste, são capazes de identificar lesões, mas o diagnóstico definitivo necessita de uma biópsia, já que outras doenças de origem inflamatória ou infecciosa podem causar alterações semelhantes nos estudos de imagem cerebral.

Quais as opções de tratamento?

A conduta no câncer cerebral depende do tipo de tumor a ser tratado. Os tumores benignos que não causam nenhum sintoma são apenas acompanhados com exames radiológicos periódicos. Quando causam sintomas, são submetidos à cirurgia com o objetivo de máxima remoção tumoral, exceto quando as lesões se localizam em áreas cerebrais com grandes chances de sequelas. Nos tumores malignos, normalmente se realiza a cirurgia seguida de uma terapia complementar com quimioterapia e radioterapia para tratamento de todas as células tumorais não removidas, além de diminuir a chance de recaídas em tumores com características sugestivas de crescimento rápido. Outros tumores podem ser tratados apenas com medicamentos, como em alguns casos de tumores da glândula hipófise. Tratamentos alternativos com novas drogas, uso de vírus ou vacinas estão em desenvolvimento, mas ainda disponíveis apenas em protocolos de pesquisas.

Há cura para o câncer de cérebro? Quais os riscos de sequelas?

É possível curar tumores cerebrais dependendo do seu tipo específico. Geralmente são curados os tumores benignos removidos por cirurgia ou alguns tipos de tumores malignos muito sensíveis ao tratamento de quimioterapia ou radioterapia. No entanto, há tipos de tumores que não podem ser curados, mas podem ser controlados por períodos variáveis. O risco de sequelas depende principalmente da localização e do tamanho do tumor, da sua infiltração no tecido cerebral e da malignidade. Diversas tecnologias em neurocirurgia, como monitorização intraoperatória e métodos minimamente invasivos, estão disponíveis para diminuir o risco de sequelas do ato cirúrgico. Nos tratamentos complementares, variadas modalidades de quimioterapias e de radioterapias com fracionamento de doses e delimitação mais precisa de área a ser tratada têm sido desenvolvidas recentemente, reduzindo os efeitos colaterais do tratamento.

Meningioma, será que preciso operar?

O meningioma é o tumor benigno mais comum no sistema nervoso central, e muita vezes não necessita ser removido cirurgicamente. O neurocirurgião deve propor ao paciente o tratamento baseado no acompanhamento da história natural do tumor.

Deve se estar atento para alguns casos em que não é possivel fazer a escolher pela história natural do tumores. Estes caso são: tumores exageradamente grandes com importante compressão do tecido cerebral ou medular, paciente com deficits neurológico causando pelo tumor, edema tumoral que não responda ao tratamento medicamentoso, rebaixamento do nível de consciência devido ao tumor, etc

Mas o que é acompanhamento da história natural de um tumor? É analisar com dados em exames de imagens se o tumor esta crescendo, e em que velocidade esta crescendo, assim é possível determinar com a máxima precisão a necessidade ou não de um procedimento cirúrgico. Tumores sem crescimento em área desprovidas de função não necessitam ser ressecado, podendo ser apenas acompanhandos com exames de imagens períodicos.

Para saber mais acesse nosso site: http://www.neurocirurgiacuritiba.com

Tumor cerebral

Quais as 2 perguntas mais frequentes dos pacientes que possuem tumor cerebral?

Este tumor cerebral é benigno?

Esta é a pergunta mais frequente, com certeza esta é a duvida principal, todos sabemos que ter um tumor benigno pode não ser tao problemático do que ter um tumor maligno, do que estar com os dias contados. Muitas vezes somente de olhar o exame de ressonância de crânio, sabemos exatamente qual é o tipo de tumor. No entanto algumas tipos de tumores requerem biopsia para uma analise mais detalhada.

A minha cirurgia deixará sequelas?

Hoje com o arsenal de equipamentos tecnológicos que temos na neurocirurgia é possível responder esta pergunta, de forma negativa e com uma exatidão de qse 100%. Lesões que não estão localizadas em aréas eloquentes, pode ser retiradas com a máxima perfeição, com a preservação da anatomia cerebral, vasos e estruturas, sem deixar sequelas. Mesmos lesões que envolvem estruturas importantes, pode ser ressecadas com uso de tractografia, neuronavegação e neuromonitorização, equipamentos que permite a exerese tumoral e preservação das estruturas adjacentes, com informações em tempo real sobre o funcionamentos das estruturas envolvidas na lesão.

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